sábado, 12 de junho de 2010

Meu anjo

Ja passei muitos dias dos namorados sozinha. Outros com namorados que me amavam. Outros com namorados que eu amava.
Há 17 anos passo meu dia dos namorados com a mesma pessoa...
Desde o primeiro a mesma emoção. Desde o primeiro o mesmo carinho.
Torpeços entre um ano e outro. Algumas brigas esporádicas. Algumas brigas sérias...
Muitos presentes. Muitos significados. Muitos sentidos.
Namoramos todos os dias. Temos nossos problemas... você é chato... eu pior ainda. Somos pessoas normais.
O diferencial do nosso relacionamento é o companheirismo... Somos casados. Vivemos como casados e.... ADORAMOS isso.
Conversas infinitas. Muitos assuntos. Vinhos. Cervejas. Churrascos ou apenas sopinhas... estamos em sintonia com nossos desejos.
Somos tão diferentes. Completamos um ao outro.
Depois de anos começamos a ter companhia no dia dos namorados.
Nossa linda filha, que veio pra selar a família que formamos. Uma única garotinha especial demais. Uma união de nós dois. Tem sua cara, meu jeito, meu gênio... tadinha (nem tudo é perfeito).
E a vida tem sido cada vez melhor.
Conversamos como no primeiro dia dos namorados que passamos juntos.
Nos amamos mais e mais.... cada dia melhor do que o de antes. Cada ano nos conhecemos mais e mudamos um pelo outro.
Abrimos mão. Vivemos não minha vida e nem a sua, mas sim a NOSSA vida.
Um construção regada diariamente para que não sucumba a rotina... que não canse vivermos juntos.
Viver junto não é fácil. Viver sozinho também não.
Viver junto da pessoa que nos faz bem... que faz por nós. Que procura nossa felicidade e constói diariamento um caminho de paz é fantástico.
Obrigada por nunca ir embora. Obrigada por insistir. Obrigada por me aguentar...
Obrigada meu anjo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Problemas editoriais à longo prazo.

Mais do que manter em pé um legado e um sonho, manter a Editora MS é manter conquistas. Conquistas de um Ministério que em 1995 apareceu no Jornal Nacional por manter em seus corredores pilhas e pilhas de caixas com publicações impressas sem destinatários.

Juntou os serviços editoriais prestados na casa. Organizou o processo editorial. Criou uma política.

Política que hoje é seguida por diversos órgãos públicos. Uma Política Editorial preocupada não apenas com a publicação impressa, mas com a disseminação da informação na BVS e a guarda dos arquivos.

Pensa no resgate histórico de peças publicitárias e pensa no futuro.

Transformar a Editora MS em um núcleo gestor de contratos terceirizados é ignorar todos os trabalhos desenvolvidos e todas as conquistas. Todas as experiências. Apagar um arquivo – sem microfilmá-lo.

O problema da dissolução não aparecerá a curto prazo.

As áreas produtoras rapidamente arrumarão uma maneira de fazer seus produtos. Os contratos geridos pelo núcleo editorial darão certo e cumprirão seu trabalho e os custos podem até diminuir.

Há princípio as áreas produtoras continuarão fazendo suas publicações baseadas na cultura atual da casa. Passarão seus produtos pela Editora e normalizarão as obras pensando no resgate histórico.

Ponto para a gestão atual.

O problema virá daqui há 5 ou seis anos...

Com o tempo os gestores mudam, os anos passam e aos poucos a cultura é esquecida. Facilmente as áreas notarão que não precisam de uma editora para gerar suas publicações, já que fazer gestão de um contrato qualquer um pode fazer e começará a existir uma produção paralela...

Nessa etapa o controle bibliográfico começará a falhar e daqui há 5 anos, caso venha um gestor preocupado com a produção editorial da casa, acontecerá a descoberta de que – o Ministério da Saúde não sabe o que produz e produz sem destinatários.

E daí começa tudo de novo.

Provavelmente o mundo estará tão moderno nos grandes centros que imprimir em papel será até pecado... mas não existem apenas grandes centros no Brasil e no mundo.

Pra quem estamos produzindo informações? Apenas pros grandes centros? Apenas para as pessoas que tem acesso a internet?

Parabéns pro SUS – bela maneira de garantir saúde à todos.

Saúde não é apenas médico. Saúde é informação. Prevenção só se estabelece com informação.

Nesse mundo onde vivemos cercados pela internet temos computadores que funcionam com energia gerada há manivela. Temos pessoas vivendo sem luz. Sem saneamento básico. Sem saber ler.

Há sempre em comunidades pobres a figura do contador de história que lê e repassa a informação, mas, será que ele tem twitter?

Acho que não.

Falta muito ainda para o Brasil descartar seus livros.

Voltaremos há época em que se produzia 10 milhões de exemplares de uma publicação, para fazer bonito aos dirigentes do MS, eram distribuídos mil exemplares e....

Bem, e o resto ia pro lixo.

Hoje o resto vai para os municípios, o resto vai para a rede de bibliotecas cooperadas do SUS, o resto é distribuído... Aliás, hoje a palavra resto não se enquadra mais, pois o Ministério só produz o quantitativo exato que tem endereços para destinação de acordo com seu público-alvo. Um conquista de anos de muito trabalho, pois foi preciso convencer os dirigentes dos benefícios de abrirem mão de seus egos em prol do Brasil.

É bonito editar publicações, mas hoje com a consciência ambiental é muito mais bonito evitar desperdícios.

Há muito trabalho a ser feito. Existem lacunas que não podem deixar de ser avaliadas cuidadosamente para que esse texto seja, no futuro, engraçado... apenas um desabafo de uma louca que é apaixonada demais por seu trabalho a ponto de achar, um dia, que as pessoas não teriam sensibilidade para entender sua luta.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Para os meus dois queridos amigos

Amigo é uma coisa engraçada. Pessoas que vivem com você, vivem tanto que as vidas se confudem.... o jeito de falar, de pensar, de sentir. Sabemos o que o outro está pensando, porque olhou pra lá ou pra cá. É um relacionamento intenso. Raivas e discondâncias acabam em instantes entre nós... gostamos tanto uns dos outros que não conseguimos ver sentimentos tristes, não nos perdoamos por gerar esse tipo de sentimentos em pessoas que só nos fazem felizes.
Mais difícil do que ter um amigo é ter dois. Somos um triângulo de amizade, cumplicidade e respeito.
Triângulo que tinha tudo pra dar errado... somos tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo. Adoramos as mesmas coisas. Detestamos as mesmas coisas. Odiamos o que os outros nos fazem fazer, mas fazemos assim mesmo. É um esforço que se for pensar é desnecessário, mas pra nós é normal. Simplesmente fazemos.
Rimos uns dos outros. Rimos uns pros outros. Rimos de nós mesmos. Encomodamos muita gente. Mas esse não é o objetivo. Somos felizes. Adoramos viver. Adoramos a vida e tentamos melhorá-la a cada instante.
As pessoas em volta geralmente não nos afetam.... as vezes afetam nosso humor.
Espelhamos o humor uns dos outros... precisamos de um café depois do almoço e da companhia de quem odeia café.... só pra termos o gostinho de ouvir reclamar.
Ficamos tristes se não nos falamos. Se não damos tchau o dia acaba péssimo. Fazemos questão de algumas frescuras. Falamos uma lingua que apenas nós entendemos. Chegamos a ser desagradáveis... Sabemos disso, mas não podemos evitar.
Escutamos uns aos outros. Ajudamos uns aos outros. Cuidamos uns dos outros...
Nos completamos. Um com a memória e o jeito sério e romântico de tratar as coisas. O outro sem memória alguma mas com o humor de um camondongo. O outro... também sem memória... falante como o burro.
Todos fazemos falta. Espero que nossas vidas fiquem ligadas pra sempre. Na verdade, acredito que nossas vidas vem ligadas há muito tempo. Não competimos, vivemos em uma harmonia que vivencio pela primeira vez com amigos. Amigos que eu amo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dar não é fazer amor

DAR NÃO É FAZER AMOR




Dar é dar.

Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.

Mas dar é bom pra cacete.

Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...

Te chama de nomes que eu não escreveria...

Não te vira com delicadeza...

Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.

Melhor do que dar, só dar por dar.

Dar sem querer casar....

Sem querer apresentar pra mãe...

Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.

Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...

Te amolece o gingado...

Te molha o instinto.

Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.

Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.

Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.

Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem

esperar ouvir futuro.

Dar é bom, na hora.

Durante um mês.

Para os mais desavisados, talvez anos.



Mas dar e dar demais, é ficar vazio.

Dar é não ganhar.

É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.

É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.

É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar

o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:

"Que que cê acha amor?".

É não ter companhia garantida para viajar.

É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.

Dar é não querer dormir encaixadinho...

É não ter alguém para ouvir seus dengos...

Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.



Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.

Esse sim é o maior tesão.

Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.



Experimente ser amado...



Luís Fernando Veríssimo